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Como?

O conceito de extensão que se quer é o de uma via de mão dupla em que a atividade com a comunidade trará retorno à Universidade, no sentido de auxilia-la na consecução de seus objetivos e na transformação de suas práticas. Parte-se de uma concepção de assessoria jurídica popular baseada no aprendizado recíproco entre os assessores dedicados aos movimentos populares e os próprios movimentos, propiciando a interação e comunhão de saberes. Diferentemente da simples Assistência Judiciária, o trabalho de Assessoria Jurídica Popular pretende efetivar uma educação jurídica popular e um treinamento paralegal capazes de habilita-las para a autodefesa dos seus direitos,  perante o Poder Judiciário, o Executivo e o Legislativo, incentivando a adoção de mecanismos de solução interna de conflitos.
Assim, a partir de uma abordagem participativa e através de uma linguagem clara e informal, os trabalhos desenvolvidos visam incentivar também uma mudança no processo de conhecimento, afastando a concepção tradicional do profissional transmissor de informações. O assessor jurídico atua como um facilitador no processo pedagógico, viabilizando a intensa participação dos membros da comunidade durante o aprendizado, de modo a produzir mudanças de percepção e de comportamento, atitudes essenciais na busca pela efetivação dos direitos.
Objetiva-se, desta forma, a construção de um saber plural e democrático, de maneira que, através da troca de ideias, de experiências e de informações, são criadas oportunidades para que os membros dos grupos acompanhados aprendam com o próprio cotidiano e desenvolvam novas formas de ver a vida, de conceber sua realidade e de pensar, de modo a produzir mudanças de percepção e de comportamento. A partir dessa perspectiva, a cidadania - verdadeiro pressuposto de um efetivo acesso à justiça - passa a ser compreendida como algo a ser conquistado continuamente, no dia-a-dia, a partir da ação coletiva organizada, e não mais como uma utopia ou retórica.
Para tanto, são previstas as seguintes atividades:
1) Capacitação em Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular, como requisito fundamental para o ingresso no projeto e aberta a toda sociedade, com periodicidade semestral. São também previstos seminários internos, debates, visita a comunidades e Organizações Não-Governamentais- ONG ¿s que realizam Assessoria Jurídica;
2) Escolas Públicas: por meio da educação popular pretende-se esclarecer os direitos garantidos na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional, primeiramente os Direitos e Garantias Fundamentais e posteriormente, de acordo com os interesses e necessidades apresentadas pela comunidade escolar, temáticas mais específicas, com por exemplo, Acesso à justiça, Instrumentos Jurídicos de Defesa dos Direitos, Direito Penal e Violência Urbana, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Relações de Gênero e Violência contra a Mulher;
3) Comunidades Rurais e Etnias e Comunidades Urbanas: realizar-se-á oficinas, dinâmicas e minicursos com grupos já formados na sociedade civil ou mesmo membros de certas comunidades, variando conforme a demanda local;
4) As atividades poderão ser desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Prática Jurídica, prestando assessoria à comunidade, em juízo na defesa de demandas coletivas ou individuais;
5)Participação na Rede Nacional Assessoria Jurídica Popular-RENAJU;
6) Participação no Fórum de Extensão da Cidade de Goiás, promovendo ações conjuntas de extensão interinstitucionais;
7) Participação no Fórum de Direitos Humanos da Cidade de Goiás, com outras entidades locais.